Provavelmente poucos se recordam, mas devia ter acontecido na terça-feira, 30/07/13, a cerimônia de inauguração da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), estrada de ferro anunciada pelo ex-presidente Lula, em 2010, para transformar a Bahia no novo corredor ferroviário de exportação do Brasil. O blog www.jequieeregiao.com.brobteve informações dando conta que a reportagem do jornal Valor Econômico percorreu todo o percurso de 1.022 quilômetros de onde deveria estar a ferrovia e constatou que "não há nem um metro de trilho instalado" e que nos primeiros 500 quilômetros, que ligam Barreiras a Caetité "a ferrovia praticamente não existe". O resultado das obras representa mais um fracasso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), iniciativa do governo federal tão divulgada pelo governo do estado, em especial pelo governador Jaques Wagner. Certo é que obras da Fiol ainda estão distantes do dia em que os trens finalmente poderão rodar em seu traçado. A Fiol, orçada em R$ 4,3 bilhões, é uma obra federal coordenada pela estatal Valec. Todos os lotes do primeiro trecho da ferrovia têm empreiteiras contratadas desde 2010. A execução das obras, no entanto, nunca aconteceu, porque, segundo o jornal, o empreendimento mergulhou num poço de complicações sem fim. E continuou: A Fiol cometeu erro que tem punido com rigor a maior parte dos empreendimentos de infraestrutura do país: se baseou em estudos ambientais capengas e projetos de engenharia que não paravam de pé, uma receita infalível para transformar a ferrovia em estudo de caso dentro do Tribunal de Contas da União (TCU). Bastaram algumas auditorias para o tribunal alertar que quase tudo estava errado. O resultado é que, desde 2011, uma medida cautelar do órgão de fiscalização impede o avanço de frente de obras ao longo de todo o trecho oeste da ferrovia.
REGIÃO DE JEQUIÉ
A situação não é tão animadora do lado leste, entre Caetité e Ilhéus, passando por Jequié. Depois de quase dois anos de paralisação, a Valec finalmente conseguiu destravar as obras nessa segunda etapa de 500 quilômetros, dividida em quatro lotes. As empreiteiras foram mobilizadas e, desde janeiro, estão retomando as operações nos canteiros de obras. O avanço físico desse traçado, porém, só conseguiu atingir 21,5% do total previsto até agora. Esse número é puxado, principalmente, pelas ações de pavimentação e de liberação do traçado, já que ainda não há trilhos disponíveis para instalação na ferrovia. Com o avanço do trecho, descobrem-se novos problemas. Nos 118 quilômetros de extensão do lote 2, na região de Jequié, 90% do traçado está sendo aberto em pedra bruta, nas encostas das montanhas da região.Todos os dias, caminhões chegam ao local lotados de dinamite, material que é usado para explodir as pedras encontradas pelo caminho. Para evitar complicações com desapropriação neste lote, decidiu-se recentemente que o melhor a ser feito é construir um novo túnel de 700 metros de extensão. A obra acabou de ser contratada.
No lote 1, que liga a ferrovia a Ilhéus, a situação está mais complicada. Os estudos contratados pela Valec não entregaram todas as sondagens de solo que deveriam, uma brecha para que empreiteiras apresentem mais pedidos de aditivos, caso encontre dificuldades que não estavam previstas. O TCU detectou o problema e pediu que a Valec realizasse 340 sondagens complementares para atestar exatamente que tipo de solo encontrará pela frente. A Valec só conseguiu realizar, até agora, 40 dessas sondagens do trecho, segundo informações locais.
Em alguns trechos os dormentes, mas nada de trilhos.
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